Não consigo mais escrever como antes, nem dizer, nem gritar, nem chorar. Faço coisas repetidas, digo as mesmas histórias, reclamo dos mesmos erros que, por sinal, eu também cometo. Vai passando os dias e eu vou me tornando cada vez mais igual à massa. Niilismo fútil, o acumulo desejos não realizados, fracassos que só existem dentro da minha cabeça. É como se ao tirar o medo do amanhã não me restasse nada. Amo tanto, digo tanto, sofro tanto por que tenho medo de ser vazia.
Agora eu tenho preguiça das pessoas, preguiça de mim. Se A de comportasse de tal maneira, eu continuaria amando-a para todo o sempre, escreveria um daqueles romances melosos típicos de novelas mexicanas, gritaria aos quatro cantos do mundo que eu sou mesmo exagerada e por você eu largo tudo, carreira, dinheiro e canudo. Mas, A não é vazia como as outras pessoas: A não me deixa formular em cima dela o que eu quero que minha imaginação crie, então, eu me decepciono. Eu tenho necessidade de amar, nunca disse, mas tenho. Não quero explicar, também.
Ando sentindo uma náusea fora do normal, falar com certas pessoas me dá uma ânsia de vômito maior do que escovar a língua bêbada. Me sinto suja, às vezes. Mas é uma sujeira interior, uma sujeira que não importa tantos banhos eu tome, ela vai continuar lá. Peguei algumas manias de A, essas que ela não sabe: agora lavo as mãos toda hora, agora uso teu vocabulário. Tem tantas coisas que ela não sabe sobre mim, que sinto que aquela ligação mais do que iônica que tínhamos se rompeu. Não quero falar de A, resolvi que todas as pessoas que eu citar comportamentos aqui irei nomear com uma letra, só para ninguém vir me dizer que eu fico distribuindo indiretas como água. Cansei de criar blogs privados.
Acho desnecessário as pessoas que acham que o mundo gira em torno delas ao ponto de qualquer textinho vagabundo sem poesia foi feito para machucar. bem, como disse: não quero mais falar de A, na verdade, nem quero mais falar de nada.